Um final de semana de muita adrenalina, de olhos marejados pela emoção de ver tanta beleza e de se superar a cada pedra, a cada curva, a cada espinho no meio do caminho. Palavras que só quem já viveu a travessia Diamantina - Barão de Gauicui - Conselheiro Mata - Rodeador - Monjolos é capaz de entender tamanha grandeza.
Foi essa experiência que as Luluzinhas Jack Fortes, Lu Magalhães, Erica Mendes, Raquel Dias, Flávia Silva, Isabela Lins, Bianca Veloso e Camila Gomes vivenciaram, com toda intensidade, nos dias 16 e 17 de julho, na travessia da Trilha Verde da Maria Fumaça.
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A ciclista Jack Fortes se emociona ao lembrar do que experimentou na travessia |
O ponto de partida: Diamantina, município do Vale do Jequitinhonha, marcado por seus belos casarões de inspiração barroca, que datam a época colonial. Pelo centro histórico, apenas uma breve passagem. A trilha não tarda em começar e já de início, um deslumbre sem fim com tanta delicadeza e beleza esculpida pela natureza.
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Flávia Silva relembra com carinho das paisagens e companheiros de trilha. |
"Foi sensacional compartilhar paisagens tão lindas com pessoas tão especiais. O companheirismo fez com que o cansaço, as horas de sol a pino, os terrenos comprados e pneus furados se tornassem amenos. Foi mágico", relembra a luluzinha Flávia Silva, e arremata seu pensamento com uma citação "...o que vai ficar na fotografia, são os laços invisíveis que havia. As cores, figuras, motivos, o sol passando pelos amigos...".
Chegando a Barão de Guaicui, uma pausa para se refrescar e recarregar as energias numa deliciosa cachoeira. Dali até Conselheiro Mata, ainda havia um longo caminho pela frente, que findou junto com o pôr do sol e o cair da noite.
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Isabela Lins, guerreira e de coragem sem igual. |
"Para percorrer o primeiro dia de percurso, estive frente a frente com meus próprios limites. 63km de trilha no antigo caminho da Maria Fumaça, em linha quase reta, muita areia fofa e pedaladas, pedaladas. Ora pedalando, ora empurrando a bike por trechos de pedras. Descobri que quando pensamos que já não aguentamos mais, é o momento de avançar e vencer. O corpo exausto e, no meu caso machucado, atende a mente ávida por envaidecer-se pela superação. Ter estado diante da majestosa Serra do Espinhaço me emocionou. Tanta grandeza e beleza exposta entre rochas, plantas e quedas d'água em pura harmonia tornou-se inesquecível", relata Isabela Lins, Luluzinha guerreira que enfrentou com muita coragem o desafio.
No dia seguinte, uma manhã de sossego e tranquilidade na Cachoeira das Fadas, há poucos metros de caminhada da pousada, e também na Cachoeira do Telésforo, que mais parece uma praia com sua areia branquinha e fofa. E não tarda, o retorno para casa se anuncia em mais um dia de trilha, de Conselheiro Mata até Monjolos, com breve parada pelo vilarejo de Rodeador. A chegada a Monjolos foi repleta de emoção e significado, em especial para a ciclista Raquel, que tem uma história de carinho com esse lugar.
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Raquel Dias lembra a infância vivida em Monjolos, lar da sua família. |
"Cheiro de infância, gosto de bolo de vó, lembrança do colo de vô. Pedalei pelas estradas onde aqueles que mais amei e amo passarma por muitos anos de suas vidas. Terminar o pedal em Monjolos foi de valor imensurável, de alegria sem medida. Aquela lágrima que, sem pedir permissão, simplesmente brotou. O coração acelerado, os olhos não acreditando no que estavam contemplando. Ahhhh, se essa trilha, se essa trilha fosse minha, eu mandava eu mandava ladrilhar, com pedrinhas com pedrinhas de brilhantes... valeu a pena cada segundo vivido neste lugar", se delicia Raquel Dias pelas trilhas da sua infância.
Percorrer a Trilha Verde da Maria Fumaça é um convite para desbravar a si mesma. Tantas emoções nos desafiam, nos inundam, nos preenchem a alma de tanta gratidão e ternura. Uma aventura única, que certamente vai ficar marcada para sempre na memória e no coração dessas Luluzinhas.